sábado, 24 de março de 2012

Assim não dá

"Assim é difícil jogar, não é a primeira vez que isto acontece. Sentimo-nos impotentes, é sempre a mesma história. Não quero dizer mais nada ou então arrisco-me a ser castigado"
Maxi Pereira, flash interview 23/03/2012, in Record online

Em Coimbra, no dia 25 de Fevereiro, num jogo em que o Benfica empatou a zero e perdeu 2 pontos, curiosamente o numero de pontos que tinha de vantagem sobre o Porto, o árbitro, ou conotação portuguesa a essa profissão, Hugo Miguel transforma um pénalti numa falta atacante do Aimar. 
Até aqui nada estranho, era simplesmente o jogo que antecedia o clássico na Luz, onde o árbitro, ou conotação portuguesa a essa profissão, Pedro Proença, já perito em ver pénaltis que não existem (ver incidente), atingiu neste a capacidade de ver posições regulares em jogadores que estão avançados em relação à linha de defesa. É extraordinária a capacidade que os árbitros atingem em jogos importantes.
Em Olhão, a 23 de Março, o Benfica volta a empatar a zero e vê Aimar a ser expulso com um vermelho directo graças a um pé em riste. Também nada de estranho, visto que a moldura penal para uma expulsão directa é entre 1 a 3 jogos de castigo e os próximos dois encontros dos encarnados são contra Braga e Sporting, respectivamente. Acredito que o árbitro, ou conotação portuguesa a essa profissão, João Capela, tivesse expulso um qualquer jogador encarnado pelo simples facto de sofrer uma falta na área adversária, que seguindo moldes anteriores são faltas atacantes contra o Benfica.
É bom ver que o campeonato volta ao normal depois do caso estranho que foi a Taça da Liga em que duas equipas de vermelho venceram duas outras de azul, note-se que as duas equipas venceram com uma chuva de golos feita de bola parada.

Provavelmente quando os jogos forem totalmente discutidos dentro das quatro linhas vamos poder realmente ver o talento dos jogadores e a capacidade dos treinadores, em vez de saber o nome dos árbitros e de presidentes. Neste momento vê-se um futebol que prima pelo negócio em detrimento do desporto. É pena!

ASR

quinta-feira, 22 de março de 2012

Duas perspectivas da mesma coisa

"Com uma arbitragem correcta o resultado teria sido o mesmo"
Pinto da Costa a 19-03-2012 em comentários acerca do clássico na Luz para o campeonato.

"[Árbitro] teve influência no resultado"
Pinto da Costa a 20-03-2012 em comentários acerca da meia final, na Luz a contar para a Taça da Liga.

Para o presidente do FCPorto ao que parece os dois últimos jogos que opuseram o Benfica à sua equipa foram tão diferentes a ponto de em dois dias ter duas opiniões - uma para cada jogo.
Recorde-se que no primeiro jogo o Benfica perdeu por 3 a 2 sendo que o ultimo golo do Porto foi apontado em posição irregular. No segundo jogo o Benfica venceu pelo mesmo resultado (3 a 2) e depois de todas as repetições não se encontram casos da arbitragem que pudessem influenciar o resultado, salvo a chuva de golos que os encarnados apontaram de bola parada à baliza do Porto -  segundo declarações do treinador dos azuis e brancos, Vítor Pereira.
Isto de ir à Luz e perder justamente é coisa difícil de digerir à estrutura portista! 
Inclusive, uma das últimas vezes que isto aconteceu, a estrutura plástica (carinhosamente apelidada de túnel da Luz) e um Stewart ficaram com as marcas dos pítons dos jogadores que vestiam de azul. 
Não há respeito nenhum, uma coisa é fazer cumprir as regras do futebol e outra, completamente diferente, é manter a tradição. E foi aí que as duas arbitragens se distanciaram, Artur Soares Dias optou por um método enquanto Pedro Proença seguiu o seu habitual estilo de comando como já em 2009 o fazia quando assinalou um pénalti (que diga-se, só ele viu) por falta de Yebda sobre Lucho e que culminou num empate final a uma bola. 
É bom constatar que passados alguns anos as tradições ainda se mantém, com a simples diferença de que em 2009 o Porto (ou Proença) lutou para conseguir o empate e em 2012 o Porto (ou Proença) lutou para conseguir a vitória. De ano para ano a romaria cresce!

Por outro lado, Leonardo Jardim treinador do SCBraga que nunca que se assumiu candidato ao titulo de Campeão Nacional e sempre afastou os objectivos do clube desse mesmo lugar, talvez receando que tal afirmação colocasse a equipa debaixo de grande pressão, ou receio de alguma particular sanção do clube-mãe, assume agora que o objectivo do Braga é chegar à final da Taça da Liga onde se lhe opõe um Gil Vicente que derrotou o Sporting por 2 a 0 no último jogo. "No Braga não existem primeiros ou segundos objectivos. Existem objectivos, simplesmente", claro está que para o Braga se existissem primeiros ou segundos objectivos não existiriam objectivos, mas como existem objectivos é sabido que deixa á partida de existir primeiros ou segundos objectivos. É tudo uma questão de formatação há quem prefira enumerar objectivos e há quem com receio de alguma coisa, talvez de números, se decida por apenas marcar os objectivos. 
Manias!

Ao que parece as arbitragens duvidosas, que alguns classificam até como vergonhosas, já chegaram a Espanha, sendo que eu gosto de ser uma pessoa equilibrada fico-me pelo primeiro adjectivo. 
No jogo de ontem que opôs o Villareal ao Real Madrid houve um pouco de tudo - há árbitros que não fazem por menos. Jogadores vêem cartão amarelo por cair e ficar a sangrar, segundo novas leis, as zonas Espanha em que se proibiu a morte de touros em campo proibiu-se também no futebol os jogadores de sangrar. 
Jogadores levam dois cartões amarelos e não são expulsos, claro sinal que a Espanha atravessa uma crise cada vez maior, visto que até agora só o Barcelona tinha direito a ver jogadores expulsos ao terceiro amarelo. 
Depois disto fica-se com a sensação que aquele arbitro só mostraria o cartão vermelho caso houvesse um homicídio em campo. Aguardam-se assim desenvolvimentos sobre uma possível detenção de Rui Faria, José Mourinho, Ozil e Sergio Ramos. Eu arriscaria acusados de associação criminosa e terrorismo!

ASR

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dualidade de critérios

Depois de uma vitória do Benfica sobre o Porto é sempre interessante esperar pelas reacções da equipa derrotada. Costumam ser de uma excelência única chegando a conclusões avassaladoras sobre a nobre arte de se jogar futebol. 
Foi de facto o que aconteceu com João Moutinho chegado o momento das flash interview quando disse "no futebol passam-se também outras coisas, pois a equipa adversária também está em jogo". Realmente é um caso de elevada estranheza que a outra equipa esteja em jogo, não me parece de todo normal que quando duas equipas se defrontam num jogo de futebol essas mesmas duas equipas permaneçam em jogo. Penso muito sinceramente que foi um descaramento por parte da outra equipa atrever-se a estar em jogo!
O mesmo jogador chegou ainda a outra brilhante conclusão quando minimizou os horizontes da sua equipa afirmando que "agora vamos pensar  exclusivamente no campeonato". É uma boa perspectiva, até porque o Porto não está neste momento em mais nenhuma competição. Depois das duas derrotas com o Manchester City que terminaram num 6 a 1 a contar para a Liga Europa, uma derrota por 3 a 0 com a Académica de Coimbra a contar para a Taça de Portugal e por fim uma derrota com o Benfica por 3 a 2 para a Taça da Liga, se depois de tudo isso ainda dúvidas restassem, o Moutinho fez questão de esclarecer. 
O Porto vai pensar exclusivamente no campeonato! 
Confesso que me sinto aliviado, tinha ainda receio que pensassem em interferir na final da Taça de Portugal ou na final da Taça da Liga, nunca se sabe aquilo que um clube de pensamento tão vasto pode, entretanto pensar.
É sempre emocionante ver como há jogadores a chegarem sozinhos a conclusões de nível matemático tão avançado.

Por outro lado o treinador da equipa portista reconheceu que o Benfica esteve melhor "é verdade, mas apenas nas bolas paradas e todas elas precedidas por falta". Este é sem dúvida um treinador de um outro calibre, sinceramente a direcção do Porto deveria ponderar assinar um contrato vitalício com este senhor. 
Os lances que ocorreram aos 4 e aos 77 minutos não tiveram qualquer influência no jogo, foram simplesmente dois golos de bola corrida do Benfica em que Álvaro Pereira e Mangala, respectivamente falham a marcação. Mas a equipa de azul perdeu efectivamente pela chuva de golos que sofreu de bola parada, que foram no mínimo tantos como os que marcou e que atinge o estonteante numero (prepare-se) de 1 golo de bola parada para cada lado. São números como este que condicionam a totalidade de um jogo.
O mesmo treinador queixa-se ainda da arbitragem "com um critério que me pareceu sempre com muitas faltas assinaladas contra nós", sou forçado a concordar, visto que foram assinaladas 15 faltas contra o Porto e 12 contra o Benfica, em que são mostrados 5 amarelos aos encarnados e 3 aos de azul.
Foi exactamente numa dessas 3 faltas de diferença que surgiu o golo de bola parada do Benfica, é mais uma vez um acto de descaramento cometido pela equipa de Jorge Jesus. Já não bastava estar em jogo que teve  a lata de marcar um golo de bola parada em 15 faltas assinaladas contra o Porto, sendo que estes marcaram também um golo de bola parada em, imagine-se, só 12 faltas. 
Assim não dá!
Considero que este jogo devia ser passível de uma análise das entidades responsáveis da liga, visto que o Benfica rematou tantas vezes quantas o Porto (16 vezes) e ainda o jogador que, eu arriscaria dizer que é quem menos corre em todo campeonato, consegue libertar-se de toda a defesa do Porto e com um sprint marcar um golo.
Realmente com esta dualidade de critérios não se pode jogar! Acredito que o Vítor Pereira não esteja habituado a jogar contra uma equipa tão rematadora (de bola parada apenas), o Moutinho há dois anos que não joga contra uma equipa que está em jogo e o Porto no estádio da Luz costuma jogar com a incomparável forma de Pedro Proença, que foi baixa para este jogo.


ASR